15 anos de Feng
Há certas coisas que são consistentes na minha vida, aliás, com a maturidade a adentrar-me tive a realização que quando algo para mim me faz sentido, eu fico ali por muito tempo. Pode ser um restaurante, como uma prática que melhora e cura a minha vida diária neste planeta terra.
Conheci a Rosana da forma mais peculiar. Vivia ainda na minha casa cor de rosa, uma casa que construí nos meus tempos de casada e que viralizou por todo lado! Certo dia, recebi um e-mail de uma Rosana Costa, a desafiar-me para nos conhecermos, alegando ter visto a minha casa e ter ficado muito curiosa de conhecer a casa e a dona da casa!
Marcamos um encontro na Ribeira. Decorria o ano de 2010, e a nossa amizade, completamente incondicional foi criando raízes e ramos ao longo de todo este tempo.
Foi aí que aprofundei o conhecimento sobre o Feng Shui, o Bagua, a correção das casas e as energias que as habitam. Os momentos das nossas vidas que preenchem os nossos espaços de alegrias e dores. Os guardiões e certas tendências de algumas casas. Conheci alguém com uma capacidade fenomenal, que não faz publicidade, não partilha, não aplica crendices e nem se inibe de dizer as verdades, aumentando a empatia entre curador e cliente e limpando, às vezes, anos de muitos assuntos que queremos esconder no fundo das nossas gavetas. Foi aí que percebi a importância de destravar, destralhar, esvaziar os cantos, arranjar e fazer circular. Organizar melhor, tornar mais prático e, ao mesmo tempo, sem interferir com o gosto pessoal de cada pessoa.
Com ela fui conhecendo melhor a identidade das casas por onde já passei. Penso que começámos na quinta, uma casa da Branca de Neve, onde vivi durante 4 anos, tão minúscula que uma amiga brincava comigo ao dizer que, se eu tivesse um namorado, dormia com ele em cima do fogão!
Mas foi aí que começámos esta viagem, que sempre abracei de imediato com uma vontade imensa de melhorar a minha vida através dessa entidade que me é tão fundamental para o meu equilíbrio: a Casa.
Brasileira de São Paulo, correu o mundo, radicando-se em Milão durante alguns anos, antes de vir para Portugal, onde ficou até que a saudade do tempo tropical vença o frio eterno, como diz, saudosa da leveza do pé no chinelo.
Adorava ter mais fotografias dos nossos encontros e dos quilómetros de conversas que temos quando, duas vezes por ano, quando nos encontramos para voltar a debruçarmo-nos sobre a casa, a família, os temas de que receamos falar e as alegrias que não vemos a hora de partilhar.
Fui também levando o trabalho desta maga à casa de algumas amigas, sempre na boca do ouvido e baixinho. O resultado tem sido transformador.
As cores, as áreas que uma casa alberga, onde reside a energia da nossa saúde, do nosso dinheiro, dos filhos e dos amigos e clientes. As relações íntimas e a prosperidade. Não há livro, nem vídeo do Tio Tok… que informe com tamanha honestidade e humildade a importância do saber fazer e da dedicação de uma vida a uma área específica.
É com esta história escrita de forma simples que passo por aqui, domingo à noite, já cansada porque o fim de semana foi dedicado à nossa amizade e, hoje, à minha mãe.
Com o trabalho feito, inicio uma nova temporada na minha nova casa, e a Rosana regressa a uma pequena aldeia no meio dos montes de Bragança, onde escolheu viver por enquanto, e onde transforma uma casa em ruínas num espaço incrível, onde há uns meses tive o privilégio de passar a noite a comer as mais deliciosas iguarias, no meio da serra, com alguns graus abaixo de zero.